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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Relatorio do Filme: A revolução não será televisionada

O filme escolhido para fazer esse relatório éA Revolução não será televisionada, de Kim Bartley e Donnacha O'Briain. A escolha do filme foi feita pois gostaríamos de mostrar o poder da mídia na América Latina, utilizando o caso do golpe de estado na Venezuela em 2002, e como o discurso dela pode influenciar as pessoas, caso semelhante ao que acontece no Brasil.
Inicialmente a intenção do filme seria mostrar a personalidade de Hugo Chavez por trás de sua liderança polêmica em certos aspectos e seu governo em geral. Porém, coincidentemente na época que a equipe de filmagem estava na Venezuela, o presidente Chavez sofrera um de golpe de estado que o afastou do poder por cerca de 48 horas, e então o filme se debruçou sobre os fatos mostrando os discursos da mídia a favor do novo governo de transição em contraponto às manifestações populares que aconteciam por Caracas, algumas delas, próximas ao palácio de Miraflores.
É interessante perceber também o discurso do norte-americano caminhando lado a lado com os grandes meios de comunicações venezuelanos, fazendo críticas ao presidente Chavez. No documentário, é mostrado que as razões dessas criticas são principalmente o aumento do preço do petróleo promovido por Hugo Chavez e a apreciação desfavorável em seu discurso acerca da globalização e do neo liberalismo, que obteve seu auge na América Latina nos anos 90.

A burguesia e as camadas mais pobres

O povo venezuelano, em suas camadas mais baixas, foi mostrado no filme como amplamente favorável à Chavez, pois pela primeira vez estavam sendo ouvidos pelo governo, e por isso mesmo sua aprovação é grande em muitos referendos realizados na Venezuela. Isso comprova que o presidente Hugo Chavez mantem seu poder pelos meios legais, não por uma ditadura como algumas pessoas insistem em dizer.
Foi sobre influencia de Chavez, que por exemplo, o povo começou a se interessar à ler e interpretar a constituição vigente no país.
Chavez sempre se refere à seu país comoRepublica Bolivariana da Venezuela, pois seu governo é influenciado pelas ideias de Simón Bolivar, grande libertador latino americano do século XIX que liderou algumas regiões da América do Sul à independência perante a Espanha, caso semelhante à Chavez, que em seu governo tem a intenção de libertar a Venezuela agora contra as formas de dominação econômica e ideológica dos grandes centros comerciais e do neo liberalismo. Isso incomodou a burguesia venezuelana, que por meio da mídia, principalmente a televisão que veiculava diversas forma de criticas ao governo, que para sua defesa, tinha o pequeno canal estatal, o Canal 8, que durante o Golpe de Estado foi tirado do ar.
Com o apoio da mídia, mutos manifestantes que eram contra o governo, a maioria da classe média e alta, foram convocados para que nas imediações de Caracas fizessem uma manifestação contra Chavez. Porém havia um outro grupo favorável à Chavez em frente ao palácio Miraflores, sede do governo venezuelano. Esses grupos entraram em choque, e no meio dessa situação o a alta patente do exercito se colocou a favor da mídia e da alta burguesia venezuelana.

O golpe e a volta ao governo

A partir dessas situações desfavoráveis à seu governo, Hugo Chavez sofreu um Golpe de Estado, sendo sequestrado e preso, pois não quis assinar a renuncia. Com o apoio de algumas camadas do exército, da burguesia venezuelana e da mídia golpista de seu país, o empresário Pedro Carmona, foi colocado como líder de uma espécie de governo de transição, jurou democracia, falou sobre ordem e justiça social, como fazem por aqui os nossos tucanos da vida. O mais irônico dessa situação é um governo golpista falar de democracia.
Esse governo de transição sofreu críticas de manifestantes populares nas ruas, porém, essas foram duramente reprimidas pela polícia e exercito, também como costumam fazer por aqui. Vide as ultimas manifestações pela greve dos professores nesse ano de 2010 próximas ao Palácio dos Bandeirantes, ou os muitos milhares(que nossa imprensa insistia de que não passavam dos 6 ou 8 mil) que foram parar a Av. Paulista, centro financeiro da mais rica cidade do país. Essas manifestações por aqui foram taxadas deeleitoreiraspelo então governador do estado, José Serra e duramente reprimidas pelos órgãos policiais, principalmente a manifestação do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual de São Paulo.
Esse tipo de situação em que manifestantes eram reprimidos de forma violenta não acontecia durante a gestão de Chavez, que a mídia insistia em mostrar como um governo antidemocrático e que censurava as manifestações sociais, porém, a própria mídia podia fazer as mais duras críticas ao governo.
Durante a breve ausência de Chavez, o povo recebeu a notícia noticia pela TV a cabo de que ele não havia assinado a renúncia, mas foi sequestrado e preso em algum lugar que não foi divulgado. A notícia não demorou a se espalhar e então os manifestantes voltaram às ruas. Dessa vez com a ajuda da guarda presidencial, que fora leal a Chavez enquanto ele estava no poder, foi conseguida a volta do do governo original ao poder e a prisão de muitos dos golpistas.

Considerações finais

Não é de hoje que se denuncia por toda a América Latina que a mídia está a favor das burguesias locais, e esse foi mais um caso clássico de tentativa de golpe com a ajuda dela. No Brasil, em tempos de eleição, como agora, a força da mídia está cada vez mais mais evidente por conta da influencia exercida no povo, para que as escolhas dos candidatos sejam favoráveis à mídia e às classes mais altas. São em épocas como essas como costumam ser divulgados escândalos envolvendo o nome desse ou daquele candidato ou matérias elogiando outro político, sempre de acordo com os interesses das classes altas e da mídia.
Então, o povo, sem condições de lutar contra essa manipulação desenfreada, acaba sendo manipulado por esses grandes meios de comunicação e junto com as classes mais favorecidas economicamente, continuam conseguindo o que querem em cima da classe trabalhadora, que é maioria mas não tem armas pra lutar com igualdade. Esse documentário mesmoA revolução não será televisionada, não foi amplamente divulgado, aqui no Brasil, foi veiculado na TV Câmara, pois os grandes meios de comunicação não tem interesse mostrar que vale tudo pelo poder.
Caso semelhante aconteceu no Brasil com o filmeMuito além do Cidadão Kane, que mostra as formas de dominação da nossa Rede Globo por meio de seus programas e telejornais. Esse documentário foi proibido de diversas maneiras no país e ganhou notoriedade graças à economia informal e a partir dos últimos anos, foi amplamente divulgado através da internet através de downloads.
Esperamos que o caso que aconteceu na Venezuela em 2002 sirva de lição, e que o povo preste mais atenção no que esta consumindo através dos meios de comunicação, por meio de jornais, revistas, televisão, radio, internet e outros.

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