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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Resenha do texto: O Riso na Idade Média.




O autor coloca no inicio do texto uma frase de Voltaire: as pessoas que buscam causas metafisicas no riso não são alegres. Iniciando com essa frase e dizendo que não está procurando causas metafísicas, quem sabe queira de desamarrar de algum tipo de imagem de pessoa amarga junto aos leitores. Mas o fato que é boa pesquisa sobre as representações desse ato tão corriqueiro nos dias de hoje, porém com relação à idade média.
Le Goff estuda o riso dos reis e monges, tendo a igreja rejeitando esse fenômeno social, porém, havia na época até cadernos de piadas dos proprios monges, piadas sobre judeus, armetinios e até sobre os proprios monges. Acretitava se que o riso devia ser impedido de se expressar por ser uma manifestação do mal, a pior de todas elas. A pior poluição da boca. Isso também se deve por não haver algum tipo de registro bíblico de um momento de riso oriundo de Jesus Cristo, que então era o grande exemplo a ser segido, até mesmo pelo dominio da igreja católica. outros na época acreditavam haver dois tipos de riso: o espontâneo, de alegria e o maligno, zombateiro.
também a relação antropológica do riso com o folclore, o relacionamento jocoso e diversos temas na literatura. Le Goff também relata com a precisão de um linguísta, a origem de algumas palavras vinculadas ao riso, o que elas significam e como eram usadas na idade média. Dentre esses relatos, um estudo interessante sobre o termo hilaris. Em geral, esse termo se aplica ao rosto, um rosto feliz: vultus hilaris. No século XI, a expressão doador sorridente(hilaris dator) era aplicada, pois não bastava ser doador, era necessário doar com satisfação. Porem, é difícil imaginar rostos felizes, numa época que é lembrada como período de trevas, uma época de tristeza, de dominio eclesiástico. De maneira oposta, o renascimento viria como o momento de libertação da alegria, um momento mais fácil de imaginar o riso.


Assim, o riso na idade média seria o anti-heroi, o errado, o oposto ao anti-riso e à quaresma, ligado ao carnaval, mas também, muito importante para cobrir as praticas culturais e sociais. Na ótica da história cultural, esse estudo é muito esclarecedor e ajuda o historiador aumentar ainda mais seus conhecimentos acerca à época medieval.

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