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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Resenha do Texto: Contra o inimigo comum.



Introdução

O capitulo escolhido para a resenha no presente trabalho, é o “Contra o inimigo comum” do livro Era dos Extremos, do historiador inglês Eric Hoobsbawm. O livro trata do que o autor chama de “o breve seculo XX”, fazendo um recorte temporal entre 1914 e 1991, tratando assim de diversos temas. O capitulo escolhido é o que Hoobsbawm disserta sobre a Segunda Guerra Mundial, na qual o autor elege como um momento em que comunistas e capitalistas liberais elegem como seu inimigo maior no momento o bloco nazifascista liderado pela Itália e Alemanha.
Segundo Hoobsbawm, o mundo, antes da Segunda Guerra Mundial, via o crescimento do fenômeno nazifascista, na Europa. A ascensão de Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália e Franco na Espanha, principalmente o Fürer alemão e sua vontade de conquistar novos territórios, alertava a iminência de um novo conflito no continente.

As politicas de alianças e apaziguamento na Europa

Eric Hoobsbawm, ao longo do capítulo do livro Era das revoluções, nos mostra um desenrolar de acontecimentos, propagandas, acordos e mais uma série de fatores que fez do fascismo o grande inimigo das potências nos anos 1930. O alinhamento dos Estados Unidos e União Soviética, na segunda guerra mundial é um fenômeno abordado pelo autor. Logo no início do capítulo resenhado, o autor trabalha com uma pesquisa feita em solo estadunidense em que os cidadãos preferem se alinhar com os comunistas do que com os fascistas. Isso pode ser explicado pelo fato de que os fascistas e os nazistas tinham pretensões politicas que se chocavam com as dos liberais capitalistas e dos comunistas. Vale lembrar que com a derrota dos fascistas, os capitalistas e comunistas se tornaram inimigos mortais até o fim da guerra fria.
Outra situação que Hoobsbawn nos chama a atenção é a da França e Inglaterra. Devastados economicamente e psicologicamente pela primeira grande guerra, os dois países, principalmente a Inglaterra, realizam diversas tentativas de manter a paz em solo Europeu, pois não teriam condições de entrar em mais uma guerra de grandes proporções em um espaço tão curto de tempo. Entre essas tentativas de manter a paz na Europa, estavam uma série de concessões aos avanços alemães, entre elas, a Conferência de Munique em 1939, onde foiautorizadaa invasão da Tchecoslováquia pela Alemanha, que demonstrava o grande medo britânico sobre uma nova guerra, foi à última esperança para satisfazer Hitler. Mesmo quando a Alemanha invade a Polônia, a própria Inglaterra ainda tentaria um acordo diplomático, mas a política de Hitler impossibilitara o apaziguamento e mesmo contrariando suas vontades, os estadistas de Inglaterra e França declaram guerra à Alemanha.
Até Stálin chegou a firmar um pacto de não agressão com Hitler, quem sabe numa tentativa de terminar uma iminente guerra mais fortalecido, já que as outras potências mundiais estariam enfraquecidas depois de lutarem entre si. Mas qualquer pacto de paz entre União Soviética e Alemanha seria quebrado após a ofensiva alemã aos soviéticos em 1941.
Guerra Civil Espanhola
Outro momento que Hoobsbawm trata com mais profundidade durante o capítulo é o caso da guerra civil na Espanha, entre 1936 e 1939. Segundo o autor esse teria sido um conflito que mesmo tendo acontecido dentro de apenas um país e que não teve consequências mundiais tão graves, foi um espelho do que acontecia na Europa.
Esse pensamento pode ser explicado pelo falo de que mesmo o General Franco não podendo ser classificado como fascista, ele e seu grupo, a Falange, foram apoiados durante a guerra pelas direitas mais conservadores e também por fascistas de outros países, como Hitler e Mussolini apoiando o golpe militar sobre o governo constitucional. Do outro lado, o não intervencionismo de França e Inglaterra e um exercito amador formado por comunistas e anarquistas vindo de diversas partes da Europa para lutar por uma causa e dispostos a ar a vida por ela.

Um conflito mundial

Moldadas as forças durante a guerra civil espanhola e a entrada dos Estados Unidos no conflito transformou a Segunda Guerra em um evento mundial. O autor também nos lembra que ao lado dos governantes de França e Inglaterra estavam os comunistas locais. Muitos desses membros civis fizeram parte de exércitos amadores de resistência armada contra os fascistas durante a guerra. A necessidade de grandes mudanças sociais somada a essa luta dos comunistas contribuiu para o aumento em massa de simpatizantes da esquerda no pós guerra pelo mundo e principalmente na Europa. Como exemplos desse fenômeno, podemos falar da Inglaterra mesmo, pois lá o Partido Trabalhista venceu Churchill nas eleições após a guerra e a esquerda italiana que também ganhou muita força a partir de 1945.
Não se pode esquecer também do Japão. Esse país asiático se uniu à Alemanha e Itália por meio de ideias em comum de ultranacionalismo e lutou contra as forças comunistas chinesas na Asia e até atacou os Estados Unidos em Pearl Harbour.

Configuração mundial no pós guerra

Como se pode perceber, com a derrota do Eixo, o fascismo continuou a fascinar poucos adeptos pelo mundo. Na Alemanha e Japão onde havia se lutado com uma grande lealdade, ficaram apenas algumas lembranças. Na Itália ainda alguns simpatizantes de Mussolini continuaram a levantar a bandeira de uma especie de neo fascismo.
No mundo pós-1945, com o final da grande guerra, quase todos os Estados acreditaram na administração e no planejamento da economia pelo Estado e levados a uma era de milagres econômicos, diversos governos capitalistas estavam convencidos de que só intervenções econômico podia impedir um retorno às catástrofes econômicas do entre guerras e evitar os perigos políticos do crescimento de grupos com pessoas radicalizadas com uma causa. Muitos estadistas de países do novo “Terceiro Mundo”, que nada mais eram que países capitalistas mais atrasados, ou ainda subdesenvolvidos, acreditavam que só a ação política podia tirar suas economias do atraso e dependência. A União Soviética e seus seguidores acreditavam no planejamento central e inspiravam a fração do mundo descolonizado.
Eram assim conhecidas as três regiões do mundo no pós-guerra com a convicção de que a vitória sobre o Eixo, conseguida através de mobilização política abria uma nova era de transformações sociais. Dessa forma, como não não havia mais um fascismo para os unir, capitalismo e comunismo, e mais uma vez se prepararam para enfrentar um ao outro dando inicio a uma nova fase da História conhecida por Guerra Fria.

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