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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Resenha do Capitulo 10 do livro: Da Monarquia à Republica: Momentos Decisivos




Resenha do Capitulo 10 do livro:
Da Monarquia à Republica: Momentos Decisivos
Autora: Emilia Viotti da Costa


Neste capítulo, a autora nos mostra diferentes visões sobre a proclamação da República Brasileira em 15 de Novembro de 1889. Faz-nos entender a necessidade de confrontar essas visões, pois cada grupo tem sua maneira de ver e mostrar os fatos, sejam os grupos dos monarquistas, os republicanos, os militares etc. Não bastando conhecer os homens e os episódios, necessitando se familiarizar com as idéias, razões, indagar grupos sociais e muitas outras questões que impõe a análise de um movimento revolucionário.
Os republicanos, viama monarquia condenada pela sua própria índole, criticavam a centralização do poder monárquico, apostavam nas deficiências de D. Pedro II como estadista, mostrando uma idéia anunciada em 1870 no manifesto republicano, considerando a Monarquia uma anomalia numa América em que haviam repúblicas. Havia idéias, como as de Felício Buarque em Origens republicanasUm estudo de gênese política, de que ademocracia tem origens étnicas e que o regime republicano sempre foi uma aspiração nacional. Era notória a insatisfação dos republicanos perante a monarquia, e precisavam de argumentos para justificar o golpe que veio em 1889, que a popularidade do imperador perante o povo era alta mesmo sem sua presença constante junto às camadas populares.
A versão dos monarquistas, que fora abafada com a euforia dos republicanos e condenada ao ostracismo, existe e mostra neste caso, a visão do vencido na História. Mostrando um império totalmente diverso do qual os republicanos insistiam em difamar, os monarquistas argumentavam que a família imperial em cerca de meio século converteu uma nação atrasada e pouco populosa em primeira potencia sul-americana. também o fato dos monarquistas insistirem que os republicanos representavam um grupo mínimo e que seu golpe não contava com a vontade do povo com a clássica frasee o povo assistiu a tudo aquilo bestializado.
Preocupada com uma em encontrar uma versão pouco menos comprometida com algum dos grupos antagônicos que participaram do episódio de Quinze de Novembro, a autora nos mostra também o depoimento de Max Leclerc, um viajante francês que por ocasião encontrava-se no Brasil nos idos de 1889 e escreveu o livro Cartas do Brasil, onde conta sua versão do fato ocorrido. Max Leclerc diz: O edifício imperial mal construído, edificado para outros tempos e outros destinos, não bastava às necessidades de novos tempos.Incapaz de resistir à pressão das idéias, das coisas e dos homens novos, se tornara caduco e tinha seus alicerces abalados. Porém Max Leclerc não diz que forças e grupos são esses. Durante sua descrição dos fatos, o autor francês aluda que a queda da monarquia deu-se por este ser um regime em que o poder se encontrava nas mãos de um imperador que





envelhecera, portanto, já perdia o controle da situação e uma má disposição ao terceiro reinado
Durante os primeiros anos do novo regime, o republicano, a autora nos lembra a existência de alguns conflitos, sejam eles por resistência ao novo regime, alianças quebradas com os novos governantes, afinal era impossível não haver conflitos que tantos grupos disputavam o poder. Entre esses grupos podemos destacar a Oligarquia rural, o Exército e a Burguesia da época, embora houvesse membros do exercito nas outras duas camadas. Entretanto a política econômica e exterior no início do período republicano também despertava várias críticas.
Na continuação das interpretações dos fatos do Quinze de Novembro, não podemos nos esquecer que os republicanos tinham um partido unido, havendo até uma alegação que havia um partido republicano, o de São Paulo, os outros republicanos brasileiros estavam espalhados em algumas camadas sociais e no exército, mas sem uma organização de fato. Portanto, um conflito entre militares e civis sobre as glórias da proclamação da república, que havia muitas divergências entre essas classes que se juntaram para a concretização do movimento republicano em solo brasileiro. relatos de que o exército foi usado apenas para consagrar o movimento republicano, que este levante era desorganizado e necessitava das forças armadas para ajudar na proclamação da república. Também analises mais profundas sobre a Questão Militar, que o exército após a Guerra do Paraguai afirma que no país desenvolveram-se o militarismo e o caudilhismo, crescera a insubordinação e as idéias de republicanas de Benjamin Constant eram muito difundidas aos jovens militares.
A partir dos anos 20 apareciam inúmeras publicações sobre o assunto, novas versões dos fatos que a republica revelava fraquezas, algumas classes se firmaram, o café estava em crise e várias contradições se acentuaram no país. Muito se discutia sobre qual seria o regime governamental que melhor se adaptaria no Brasil, cogitando até uma monarquia parlamentarista.
nos anos 30, após mais umas série de mudanças na sociedade como a semana de arte moderna de 1922, que inaugurando o movimento modernista no Brasil que afirmou abrasilidadenas artes e na literatura. Nessa época, uma série de historiadores voltou ao episódio de Quinze de Novembro, desta vez com novas perspectivas, influenciados pelo marxismo como forma de descrever os fatos por uma ótica econômica, foi nessa época que surgiram autores como Caio Prado Jr. A autora explica que Caio Prado Jr. Em seu livroHistória econômica do Brasilrejeitou as explicações tradicionais sobre o fato, dizendo quea principal razão da queda da Monarquia foi a inadequação das instituições imperiais ao progresso do país. outros autores como J.F. Normando, Nelson Werneck e Leôncio Basbawn, explicam que a revolução de 1889 foi apenas o término formal da monarquia, que não foi o fato isolado da abolição dos escravos e conseqüente falta de apoio da oligarquia cafeeira paulista ao império que derrubou o regime Monárquico Brasileiro. A queda
da Monarquia foi marcada principalmente pela fragilidade que vinha





apresentando durante os últimos anos de sua existência, seria ela vítima de sua própria fraqueza. Diziam que o regime estava só, incapaz de resistir, era um regime sem alicerces, sem ideologia, que gerou as próprias forças que o destruíram. Na ultima fase multiplicam-se os pontos de atrito para o fim do império: A questão Religiosa, A questão Militar e a Abolição.
no fim de seu texto a autora nos mostra a necessidade do conhecimento da história da historiografia, o confronto de visões sobre o mesmo fato para dar às investigações um caráter científico se superar, nesse casoas imagens que os interpretes da história republicana deram ao longo do tempo

Um comentário:

  1. muito bom, bem sucinto, principalmente por se tratar de um capitulo extenso.

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