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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

tica da democracia, de Eric Hoobsbawm


A Política da Democracia

No período em que Eric Hobsbawm retrata como era dos impérios, surge um tipo de organização política das massas populares que assustava as classes dominantes, e de alguma forma essa organização deveria ser sufocada para que não rompesse com a ordem política vigente. Com o breve surgimento da Comuna de Paris (1871), as classes médias ficaram ainda mais aterrorizadas. Houve também um crescimento significativo dos eleitores na Europa e fora dela, como em paises da Oceania, e das Américas. Esses acontecimentos eram vistos sem entusiasmo pelos governos, visto que o problema então era criar formas de manipular esses eleitores.
Esses eleitores e toda essa massa politicamente ativista que deveria ser contida eram basicamente formados por camponeses (como na Rússia) e proletários das fábricas (como na Inglaterra, Alemanha e em alguns outros países) que se organizavam em sindicatos e eram simpatizantes das idéias socialistas, comunistas e até mesmo anarquistas, como era o caso da Espanha. Os partidos republicanos nos países de formação política monárquica também eram uma ameaça.
O fenômeno da política religiosa não pode ser desprezado. Com sua política conservadora e reacionária perante aos ideais liberais vigentes na época, os partidos social-cristãos representavam uma ameaça à formação de estados laicos e o surgimento domodernismoe tinham um apoio costumeiro da igreja.
A classe dominante, para não perder sua condição de poder, tratou de criar formas de manipulação das massas. Bismarck criou políticas sociais, como seguro emprego, aposentadoria entre outros na Alemanha como meio de assistencialismo aos trabalhadores, deixando os sindicatos mais pacíficos com relação ao governo. Esse modo foi copiado por alguns países da Europa na época. As alianças entre partidos antagônicos ideologicamente foi amplamente utilizada.
Também foi assistido o nascimento da propaganda política em épocas eleitorais. A criação de cartazes e mitos nacionais relacionados aos partidos dominantes, foram algumas das saídas encontradas. A indústria publicitária, pioneira nos EUA com a criação docartaz modernoentre as décadas de 1880 e 1890, ajudou a reforçar essa tendência. A música foi também um grande símbolo publicitário para a criação de identidades com os partidos em suas formas de hinos nacionais e marchas militares. Entre os anos de 1890 e 1910, houve a maior quantidade de arranjos baseados no Hino Inglês, como jamais houvera.
A bandeira nacional, simbolicamente forte, na ausência da monarquia tornava-se a personificação do estado, nos EUA havia um ritual de veneração diário nas escolas.
Entre, principalmente 1890 e 1914, houve poucos conflitos violentos entre estados e movimentos de esquerda. Foi um período de estabilidade política.
O autor, no fim do capítulo, cita o seguinte argumento de Lênin em 1917, contrário ao governo provisório na Rússia revolucionária:Uma república democrática é a melhor carapaça possível para o capitalismo; portanto o capitalismo exercendo o controle dessa excelente carapaça... estabelecerá seu poder tão segura e firmemente que nenhuma mudança, quer de pessoas, quer de instituições, ou partidos na república democrático-burquesa, poderá abalar. Claro que esse argumento é passivo de criticas, como diz Eric Hobsbawm, mas penso que serve para o tema estudado, pois se a democracia é um governo do povo, e a maioria do povo é formada por pessoas pobres, é necessário o controle da democracia pela classe burguesa dominante do poder para que este não fuja pelas mãos.

Resenha do Capítulo 13:

Da paz a guerra

A partir de quando a Primeira Guerra Mundial se tornou uma verdadeira ameaça à Europa? Como se armaram as nações para esse conflito? O que o gerou e quais as políticas adotadas pelos governos para que a população aceitasse lutar pelo seu país em um conflito mundial? Essas e outras questões são levantadas e explicadas por Eric Hobsbawn no último capítulo, Da Paz a Guerra, de seu livro Era dos Impérios.
Segundo o autor, anos antes da guerra começar a virar assunto entre as potências européias houve um período de paz na Europa fora ordenado, em um acordo comum, que nenhum estado europeu levantasse armas contra outro semelhante. As guerras não haviam cessado, muito pelo contrário continuavam ocorrendo, porém não havia um conflito entre estados europeus somente conflitos fora ou na África ou na Ásia, somente mais tarde durante a década de 1870 voltou a cogitar-se um possível conflito mundial, e, em 1890, foi criado o Congresso Mundial da Paz devido ao fato de o fantasma da guerra estar assombrando as grandes potências européias e como uma possibilidade de evitar esse conflito. Mesmo assim, apesar de em 1914 a guerra ser quase um fato consumado os governos tentavam ao máximo procurar um modo mais diplomático para evitar um conflito, até mesmo os líderes socialistas negavam que pudesse ocorrer um conflito mundial, e nem os próprios países envolvidos acreditavam na possibilidade da guerra.
A crença na explosão de um conflito mundial era tão fraca que os exércitos, apesar do alistamento obrigatório em muitos países, exerciam uma função civi, e para o Estado era uma forma de garantir a lealdade e transformar um simples habitante em um verdadeiro cidadão nacional. Às vezes o exército era convocado para conter distúrbios populares, havendo uma preocupação para que o militar não ferisse um manifestante a ponto de evitar uma hostilidade maior ao estado. O grande problema enfrentado pelos exércitos eram as guerras externas e seus piores inimigos as doenças tropicais, segundo o próprio Hobsbawn morria-se mais de malaria do que em conflito, e isso contribui para que pesquisas e avanços na medicina, fora os problemas externos a vida de um militar era fácil com exceção da Rússia czarista que se envolvia em diversos conflitos.
Tudo indicara que a guerra seria uma grande catástrofe, um conflito longo que levaria a uma crise econômica e social. Uma conseqüência clara surgiu enquanto os paises se preparavam para a guerra, o encarecimento dos armamentos foi se acelerando conforme foram se passando os anos, devido a esse alto investimento, os impostos forma aumentando e empréstimos concedidos. A “indústria da morte”, como coloca Hobsbawn, estava gerando lucro ao setor privado, o que pesou na consciência de alguns empresários que começaram a investir em campanhas de paz. Além do investimento na medicina, como fora abordado antes, houve também por parte dos estados grande investimento na indústria bélica e seu desenvolvimento para atender a alta demanda do mercado, chegando ao ponto de empresas de países que, no futuro, seriam inimigos, a comerciarem entre si. No entanto esse não foi o principal motivo para que um conflito mundial inicia-se, mas sim, o fato do grande crescimento econômico das nações envolvidas.
Agora, no segundo tópico do capitulo, Eric Hobsbawn vai procurar as causas da guerra e a formação das coalizões as quais se enfrentaram. Primeiro faz uma crítica aos que buscam simplesmente um culpado para o conflito, a exemplo dos russos bolcheviques que acusam o imperialismo, ou até mesmo os aliados da Tríplice Etente que inventaram a “culpa de guerra”, culpando a Alemanha no Tratado de Versalhes. Mesmo assim, Eric Hobsbawn, não exclui as possibilidades de que existam responsáveis pela guerra. Contudo a guerra era tratada como um simples ato de política internacional e não negavam as possibilidades de tomarem uma atitude militar ofensiva.
No entanto nenhum governo europeu visava um conflito militar seja ele generalizado ou restrito as potências européias, todas as intrigas e embates políticos, principalmente as que se referiam à África eram resolvidas de forma diplomática. Houve uma luta para que a guerra fosse evitada, porém a guerra era tão eminente a certo ponto que os paises estavam discutindo um melhor momento para que ela ocorre-se afim de que não iniciasse em um momento desfavorável a todas as nações envolvidas. Meio a essa situação a Europa começou a dividir-se em grupos, mesmo que há poucos anos atrás isso não estivesse previsto, e sendo às vezes até fácil de identificar alguns grandes inimigos. O primeiro bloco a se formar foi a “Tríplice Aliança” formada pela Alemanha, Itália e o Império Austro-Húngaro sendo que a Itália se opôs ao grupo logo no primeiro ano de guerra. Depois mais tarde formou-se a “Tríplice Etente” contando com a França, Rússia e Inglaterra e também com a saída da Rússia após 1917 e com a adesão dos EUA no mesmo momento.
O que pode explicar com clareza as razões para um conflito mundial é o surgimento do antagonismo Anglo-Germânico, apesar de a Inglaterra também ser hostil à França e Rússia. O fato de Alemanha e Inglaterra se tornarem oposições remete ao crescimento dessas duas grandes potências o que tornava a Alemanha uma ameaça ao posto máximo econômico que os ingleses haviam conquistado, além do mais a Alemanha começou a se tornar também uma potência marítima e a exigir parte no bolo da economia mundial, o que fez com que a Inglaterra unir-se a Tríplice Etente em 1901. Com os blocos fortalecidos e uma crise internacional por volta dos anos de 1905 o continente começou a pender para a guerra. Essa crise facilitou revoltas populares, como exemplo uma revolta na Rússia em 1905 que abalou o poder do czar assim facilitando para que a Alemanha tentasse tomar posse de Marrocos e facilitou para que o Império Austro-Húngaro anexasse a Bósnia-Hezergovina, se não bastassem, essas intervenções e revoltas, os governos começaram a ruir internamente e a solução encontrada para restaurar a ordem era um conflito mundial, a Rússia apesar de não querer a guerra conseguiu se armar a ponto de ter condições de entrar em um conflito. O único país que não estava de fato preparado para a guerra era a Áustria-Hungria devido a vários problemas internos.
Em junho de 1914, logo após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinand, a guerra era fato consumado, qualquer deslize levaria a guerra, e as crises internas de cada país deram conta de que de fato acontecesse, agora o problema seria convencer as massas a aderirem a guerra, apesar de propagandas contrárias por parte de alguns partidos, especialmente os socialistas, as massas se viram unidas por um ideal nacionalista que pos os povos uns contra os outros, abandonaram seus lideres em prol da bandeira, e foram a luta, no entanto após o conflito a onda de patriotismo cessou. A guerra havia sido considerada, pelos socialistas, uma catástrofe e não só por eles, mas também por filósofos e outras pessoas que ocupavam cargos mais altos, o ano de 1914 firmou o que os interesses poderiam fazer com a humanidade.

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